terça-feira, 30 de março de 2010

Zé Ramalho o poeta dos abismos

Zé Ramalho, o Poeta dos Abismos, revela a intimidade da vida e da obra de Zé Ramalho, um dos grandes nomes dentro da MPB. A trajetória de um dos mais enigmáticos personagens já surgidos no panorama musical Brasileiro, pela primeira vez vem a público em profundidade.


A natureza do processo inspirativo, as diversas fases de sua carreira, suas origens e a herança cultural nordestina- base da sua musicalidade-, as parcerias, entrelaçadas neste depoimento inédito. A vida e a obra de Zé Ramalho se mesclam, formando um processo único e indiferenciado. “ Árdua é a tarefa do poeta abissal: tentar traduzir, através de palavras- limitadas por sua própria natureza- realidades inefáveis, dinâmicas, fluidas.


Vivencias profundas, intimas, pessoais, que encerram ao mesmo tempo um caráter coletivo e universal. Eis o que distingue o trabalho de Zé Ramalho: a capacidade de retratar a pluridimensionalidade das profundas realidades do ser, sem comprometê-las, preservando sua integralidade. Sua poesia nos conduz em uma viagem interior, em direção a camadas cada vez mais profundas da psique.


Este mergulho nas zonas abissais acaba nos levando a extratos mentais anteriores a lógica e à razão , reduto de imagens arquetipais primordiais , imagens estas que ele traduz através de símbolos multifacetados, com diferentes níveis de significação.” O livro se divide em três partes: na primeira, autobiográfica, Zé Ramalho expõe sua vida, sua trajetória e a natureza de seu processo criativo.


A segunda parte é composta de depoimentos de seus companheiros de jornada: Elba ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, etc... Na terceira parte, o autor explora o simbolismo presente na poesia de Zé Ramalho, permitindo aflorar sua natureza mais profunda e visionária.



segunda-feira, 29 de março de 2010

Biografia Oficial de Zé Ramalho

Depois de filme, Zé Ramalho, enfim, terá sua biografia escrita. Quem corre atrás de contar a história de um dos mais famosos músicos da Paraíba é a jornalista carioca Christina Fuscaldo, 30, que mostrou a Zé que, além de fã, é uma profunda conhecedora da obra do paraibano.“Venho cantando o Zé Ramalho para fazer a biografia dele há um seis, sete anos, e no ano passado, ele sinalizou positivamente com a ideia.

Me passou uns contatos e eu vim a João Pessoa começar a pesquisa para o livro”, conta Christina, que está na cidade desde quinta-feira. Fuscaldo conheceu Zé Ramalho quando era estagiária do Globo On Line. Escalada pelo jornalista Jamari França para entrevistar o músico com ele, a jovem Christina impressionou Zé com seu conhecimento sobre a obra do autor de “Avôhai”. “Quando viro fã de um artista, mergulho na história dele, na vida dele. Procuro saber tudo. Foi assim quando me apaixonei por Machado de Assis, e por Zé Ramalho”, comenta.

De entrevista em entrevista, Christina, que já trabalhou no jornal Extra (RJ) e para a revista da MTV, é colaboradora da Rolling Stone Brasil desde seu primeiro número e mantém o blog Garota FM, sobre música, propunha a Zé uma biografia. “Ele sempre dizia: sua resposta um dia irá chegar”, lembra a carioca. Christina Fuscaldo conta que esta será a primeira biografia oficial do músico. “Zé já deu várias entrevistas para pessoas que se propuseram a escrever sua biografia.Mas essas entrevistas acabaram se tornando outros tipos de livros, como o que faz uma relação entre a obra de Zé e ufologia”, pondera.


Aos poucos, Zé foi levando a jornalista para seu universo. “Na época do disco Parceiros Viajantes (2007), ele me chamou para fazer um roteiro de entrevistas. Depois, me chamou para participar do projeto‘Tá Tudo Mudando’ (2008). Sou eu quem está nos extras, participando de uma mesa-redonda com o Braulio Tavares e até na capa do CD/DVD, lá atrás, junto com o Báia (parceiro de Zé em várias faixas do disco)”, revela Christina.

Zé Ramalho impôs como condição para que Christina Fuscaldo se tornasse a biógrafa oficial dele que ela amarrasse uma editora, primeiro. “E eu até consegui. Mas aí veio a crise e eles disseram que todos os projetos estavam suspensos até que a poeira baixasse”, informa. “O que me impressionou foi a ignorância das editoras em relação a Zé Ramalho.

Eu cheguei a ouvir que ele só venderia dois livros, o que é um absurdo! No Rio, o Zé não é tão popular quanto Roberto Carlos, mas é uma figura cult que lota shows”, acrescenta.Mesmo com a autorização por escrito do músico – o que virou uma condição para que as editoras apostem em biografias de artistas vivos, sobretudo depois que a Planeta teve problemas com a biografia de Roberto Carlos -, mas sem editora, Christina decidiu dar

início à biografia de Zé Ramalho por conta própria.

“O Zé compreendeu e apoiou a iniciativa, junto com a mulher dele, a Roberta. Até me deu o contato da família dele aqui em João Pessoa e do Hugo Leão (velho parceiro de Zé)”, conta. Dessa maneira, ela diz que correu atrás de passagens e de apoio para ficar em João Pessoa (socorro que veio atrás do Hardman Praia Hotel). “Conversei com algumas pessoas durante o fim de semana, ouvi histórias que preciso apurar e uma lista de nomes que preciso entrevistar.Vou tentar fazer isto até esta terça-feira”, comenta, para arrematar:

“Com a pesquisa que venho fazendo e estas entrevistas em João Pessoa, vou escrever um ou dois capítulos e enviar para as editoras. A idéia é escrever uma biografia romanceada sobre a carreira, mas também sobre a vida de Zé, um cara que tem uma história de vida fantástica”.


Fonte: Jornal da Paraiba, 9 de fev. de 2010.






sábado, 27 de março de 2010

Um pouco do meu acêrvo sobre o Zé!!!

COMECEI DESDE MOLEQUE A JUNTAR TUDO QUE ENCONTRAVA RELACIONADO À ZÉ RAMALHO, CONTANDO TAMBÉM COM A AJUDA DE AMIGOS, HOJE TENHO OS SEGUINTES MATERIAIS:

EM VÍDEO:* *SHOWS* *Show no sesc interlagos. SP 17-09-2000 ,Show no sesc interlagos. SP 1998, Show no sesc interlagos. SP 25-08-1996, Show no sesc pompeia. SP 1994, Show no centro cultural SP fev. de 1994 ,Show no viaduto do chá SP abril de1993, Show no sesc itaquera SP 2003 ,Show no rock in rio. RJ 20-01-2001, Show no canecão RJ 1997 ,Show no teatro João Caetano. RJ 1988, Show no Circo Voador. RJ 1995, Show: zé ramalho canta raul seixas.RJ 2002, O grande encontro no parque do ibirapuera.SP 2000 ,Show em Mossoró RN 1996, O grande encontro 3 RJ 2000* e outros...

DVD:
Todos lançados por ele, ou com sua participaçao, ou sobre ele.

CLIPS:
avôhai 1978, vila do sossêgo 1978, admirável gado novo 1979, a terceira lâmina 1981, força verde 1982, kryptônia ( duas versões ) 1983, a dança das luzes ( duas versões )1984, mestiça 1984, de gosto de agua e de amigos 1985, mistérios da meia-noite ( duas versões ) 1985, zyliana 1986, mary mar 1987 cidadão 1992, batendo na porta do céu 1997, o princípio do prazer 1997, beira mar capitulo final 1998, amar quem eu já amei 2000, metamorfose ambulante 2001, Malandragem dá um tempo 2003, e outros recentes que nao postei aqui.

PROGRAMAS DE TELEVISÃO:
apresentaçaõ em tv canta: admirável gado novo1979 *apresentação em tv canta: frevo mulher ( versão co orquestra )s/d * apresentação em tv canta: frevoador1992 *zé e geraldo azevedo no: jô onze e meia. sbt 1995 *trechos da novela o fim do mundo com a música: profetas. globo1997 *trechos da novela o rei do gado com a música: admiravel gado novo. globo 1996 *matéria sobre o grande encontro 1 . 1996 *prog. da Xuxa, canta: admirável gado novo. globo1996 *prog. Raul Gil, canta: cidades e lendas, record1996 *prog. som brasil, canta: *matéria sobre o grande encontro 1. 1996 *matéria sobre o grande encontro 1. no vídeo show. globo1996 *zé e falcão no vídeo show, cantam: guerra de facão. globo1997 *prog. vídeo show, sobre nação nordestina. globo 31-08-2000 *12 minutos da gravação do encontro de zé e Raul. RJ 1984 *prog. Sounds Brazilian, especial com zé. obs: tv extrangeira,EUA 1989 *prog. da Xuxa, canta: cidadão e entre a serpente e a estrela. globo 1992 *o grande encontro no domingão do faustão. globo1996 *prog. Planeta xuxa, canta: pra não dizer que não falei das flores. globo *prog. planeta xuxa, canta: misterios da meia-noite. globo *prog. fabio junior, o grande encontro 3. record 2000 *prog. do Jô. globo 2000 *prog. premio sharp 1998 *série chiquinha gonzaga, canta: o que é simpatia. globo 1999 *prog. planeta xuxa, matéria especial sobre nação nordestina. globo 2000 *prog. vitrine, matéria sobre nação nordestina. tv cultura 2000 *prog. do ratinho, canta: companheira de alta-luz e admiravel gado novo. record/1998 *prog. vitrine, materia especial sobre show do zé no via funchal-sp tv cultura 1999 *prog. altas horas, globo 17-06-2001 *prog. da gabi, sbt 20-06-2001 *prog. planeta xuxa, ganha disco de ouro com: zé canta raul. globo 15-07-2001 *prog. fantástico, matéria sobre disco voador. globo 15-07-2001 *prog. planeta xuxa, globo 05-08-2001 *prog. perdidos na noite, canta: admirável gado novo. bandeirantes 1986 *prog. uma história de sucesso, especial com zé. rede manchete 02-05-1998 *prog. hebe, grande encontro 3. sbt 2000 *prog. do Jô, grande encontro 3. globo 22-11-2000 *prog. especial do grande encontro na band 1997 *prog. especial do grande encontro 3 na multishow 02-11-2000 *prog. meu brasil brasileiro, especial grande encontro 3. sbt 2000 *prog. ilha da xuxa, grande encontro 3. globo 2000 *trechos da novela roque santeiro, música misterios da meia-noite. globo 1985 *prog. deu praia, especial cidade negra, part. de zé. band 2001 *prog. caldeirão do huck, canta: metamorfose ambulante. globo 2001 *prog. mega tom, cd zé canta raul. globo 2001 *prog. hebe, canta: metamorfose ambulante. sbt 2001 *documentario: nordeste cordel, repente e canção, roteiro e direção musical de zé. 1976 *prog. sem censura, tve 23-05-1997 *prog. h de luciano huck, band *prog. jô onze e meia, cd antologia acústica. sbt 1997 *zé e luiz gonzaga cantam: juazeiro. band 1989 *prog. vídeo show, globo 1997 *prog. vídeo show, globo 1996 e outros...

EM AUDIO:
tenho todo material em fita K7 gravado na época ( recentemente lançaram alguns desses audis no cd ze ramalho da paraiba ). O raríssimo show " 3 Aboios Diferentes" 1975 gravado ao vivo no teatro Sta. Rosa em João Pssoa PB com Zé Ramalho , hugo guimarães e Jarbas Mariz.* *um show gravado em 1979 no teatro Nidia Licia SP e algumas entrevistas em rádios* *

LIVROS*
*todos os livros sobre o zé e também um livro que tem muita participação do Zé, chamado "Do Frevo Ao Manguebeat"*

FOTOS*
*uma média de 300 fotos, entre elas raridades de 1975,77,78,81 e outras.* *

POSTERS*
*orquidea negra1983 opus visionari1986 frevoador 1992 cidades e lendas 1996 zé ramalho canta raul seixas 2001 o grande encontro 3 2000 **nação nordestina 2000 o gosto da criação 2002* *estação brasil 2003* *

MATÉRIAS DE JORNAIS E REVISTAS* *
uma média de 600 matérias desde 1978 até o cd em homenagem a Dylan.* *

ATENÇÃO OS MATERIAIS DESCRITOS AQUI, SÃO EXCLUSIVOS DO FÃ-CLUBE ZÉ RAMALHO DA PARAIBA.

abraço pra todos.

Rivanildo

Rivanildo Alexandrino

PRA RELEMBRAR!!!

Profissionalmente ele pintou acompanhando Alceu Valença no show Vou Danado Pra Catende. Agora, três anos depois, o paraibano Zé Ramalho lança seu primeiro disco, pela cbs.
E está muito confiante: "Não tenho dúlvidas em relação ao trabalho que estou apresentando ao público. É um passo muito importante para mim. Tanto quanto a temporada em que toquei com o Alceu, que foi um trampolim para minha vida profissional aqui no sul."
O som de Zé Ramalho surge da mistura de muitas influências: desde de Bob Dilan, Beatles, até Renato e Seus Blue Caps, passando principalmente pelos cantores repentistas do nordeste, com os quais ele mantem uma relação muito grande.

E esse disco traz o resultado de todo o trabalho desenvolvido a partir de 1975, suas pequenas temporadas no Rio ( onde mora ), mais a trilha do filme "Nordeste Cordel, repente,Canção", documentário de Tânia Quaresma.
Nas doze faixas do lp, Zé Ramalho é acompanhado por músicos competentíssimos: Paulo Moura, Dominguinhos, Serginho ( dos Multantes ), Altamiro Carrilho, Geraldo Azevedo, Lula Cortes, Chico Batera, Paulinho Machado, Pedro Osmar, Chico Julien, Vinicios Cantuária, bezerra da Silva, com a participação inclusive de Patrick Moraz ( ex-tecladista do yes ) e seu sintetizador na faixa Avôhai.
E esta turma não dorme no ponto: Zé e mais alguns músicos que participaram das gravações, depois de uma temporada carioca no Teatro Tereza Raquel, estão partindo para agitar São Paulo, Belô e outras capitais.

Revista Hit Pop, maio de 1978
( Acêrvo: Rivanildo Alexandrino )

sexta-feira, 26 de março de 2010

Como tudo começou.

O meu envolvimento com a obra de Zé Ramalho aconteceu da seguinte maneira:

No ano de 1989, inicio da minha juventude, numa noite enluarada, eu e meus amigos Clé e Walfran tocando violão, Clé começou a tocar uma música que a princípio achei
muito estranha. Sua letra era de arrepiar, fiquei louco por essa música e perguntei logo de quem era, veio então a resposta:

- Essa música é de Zé Ramalho.

Eu como não conhecia, perguntei novamente:
-Mas quem é esse Zé Ramalho?

Eles responderam:

- É aquele que canta a música tal. mas eu não conhecia nada.

No dia seguinte ainda com aquela música na cabeça comecei a procurar discos ( pois naquele tempo na minha cidada nao existia cds ) do tal Zé Ramalho. tarefa difícil, não encontrava em lugar algum, até que uma pessoa me disse:
- rapaz eu acho que "Nêna" tem um Lp desse cantor.
Corri até a casa do amigo Nêna que nessa época tinha um pequeno bar.E pra minha satisfação ele tinha dois discos de Zé Ramalho.

Os discos eram: "Zé Ramalho" de 1978, e " A Peleja do Diábo com o dono do Céu" de 1979.
Cara, quando eu vi a foto de Zé na capa desses discos, achei muito interessante, o Zé Ramalho parecia um profeta da caatinga. O cara era tão estranho quanto a musica que eu tinha escutado na noite anterior.

Levei os Lps pra minha casa e comecei a escutar atentamente, e cada música diferente que começava a tocar me chamava mais a atenção. Letras longas, palavras esquesitas que nunca tinha escutado, arranjos lindos e a vóz do cara era perfeita, voz de trovão.

Daquele dia até hoje não parei, comecei a colecionar tudo que encontrava sobre Zé. Mas na minha cidade não tinha muita opção, foi quando em 1992 fui morar em São Paulo, lá sim, consegui muito material, discos, matérias de jornais e revistas, posters, compactos, fotos etc.

Descobri o Fâ Clube de Brasilia presidido pelo amigo Willians, através dele mandei uma carta pro Zé contando da admiração que tinha por ele.

Passaram-se algums semanas e um dia o porteiro do predio onde eu morava me interfonou dizendo:
- Rivanildo chegou um sedex pra você.

Eu achei estranho pois não estava esperando nenhum sedex. Desci pra receber e grande foi a minha surpresa pois a encomenda tinha sido mandada pelo próprio Zé Ramalho, fiquei muito alegre com o que estava vendo, nem tava acreditando que o Zé Ramalho tinha me mandado alguma coisa.

Abri a encomenda e lá estava: cd, fotos, camisetas, posters e todos os seus livros, tudo autografado!!! quase não acreditei, fiquei muito feliz.

Nessa época eu tinha um Fã Clube que se chamava Kryptônia ( mudei o nome para Fã Clube Zé Ramalho da Paraíba ), um dia assistindo um show do Zé no sesc belenzinho, eu fiquei bem proximo ao Zé em frente ao palco e ele me reconheceu pois eu ja tinha lhe enviado algumas fotos. Ele ficou tocando e olhando pra mim, eu fiz sinal de positivo pra ele e ele riu, quando ele acabou de cantar a música, chamou o segurança que estava em cima do palco e lhe falou algo no ouvido apontando pra mim. O segurança veio em minha direção pegou no meu braço e disse:
- cara sobe aí que o Zé quer falar com você.

Foi outra grande alegria pra mim, era um grande sonho que estava realizando naquela noite, nem acreditava que ia conhecer o Zé pessoalmente. Fiquei esperando atráz do palco com uma ansiedade danada o Zé cantar as últimas músicas do show.

Então lá vem ele, o meu grande ídolo caminhando a minha direção, foi logo estendendo a mão e dizendo:

- e aí cara, tudo bem? e me deu um abraço.

falei pra ele do meu Fã Clube, ele achou muito bacana e agradeceu bastante pela minha dedicação sobre ele, me disse:

- Cara logo estarei lançando um cd novo ( o cd era "o gosto da criação" de 2002 ), e não se preocupe que vou lhe mandar um material.

Como de fato, logo depois do lançamento do cd, ele me mandou muita coisa. Nunca esquecerei aquele dia.

Depois desse dia, peguei uma certa amizade com o Zé, sempre falava com ele nos camarins, antes ou depois dos shows. O ultimo contato que tive com ele foi em 2005 no show de gravação do dvd "Ao vivo " gravado no Olympia em São Paulo.

No ano seguinte voltei a morar na minha terra natal no RN e não tive mais contato com o Zé.

Foi assim que tudo aconteceu pessoal.
um forte abraço
e até mais.

Rivanildo Alexandrino em março de 2010.

Entrevista com Zé Ramalho

‘Eu nunca tive um disco que não fosse malhado pela crítica’

Ele acaba de lançar um álbum e já coleciona críticas. Aqui, Ramalho devolve pedradas em forma de ataques à mídia e ao jornalismo. E fala de drogas e de ETs.


Zé Ramalho é fã de Bob Dylan e Raul Seixas mas não é tiete, tanto que preferiu não conhecer o músico quando ele fez show no Brasil. Neste mês, o músico lança Zé Ramalho canta Bob Dylan (EMI) com versões em português das canções do americano. Antes mesmo de chegar às lojas o novo trabalho já vinha sendo fortemente criticado pela imprensa porque Zé teria feito traduções literais das músicas. Ramalho recebeu a reportagem do JT no Rio de Janeiro, no escritório de sua produtora, a Jerimum Produções, e não censurou perguntas. Falou desde sua experiência com cogumelos alucinógenos até o suposto contato com uma entidade extraterrestre.

Por que fazer versões brasileiras das músicas do Bob Dylan?
Fazer um disco de versões de Dylan em inglês é uma coisa que o mundo todo faz. Saiu no ano passado, por exemplo, o disco Dylanesque, de Bryan Ferry. A minha intenção de fazer letras em português é um pouco romântica. É um trabalho difícil. Muitas vezes você traduz a letra de uma canção em inglês sendo que a sonoridade em português é diferente.

Como conseguiu autorização de Bob Dylan?
Eu não o conheço pessoalmente, apesar de ter ido ao show dele no Rio de Janeiro, no início do ano. Nunca quis ser tiete. Continuo sendo seu fã, ele é uma pessoa que me inspirou muito. Preparei um pacote com a tradução de todas as músicas e Aluízio Reis, presidente da Sony Songs, foi mostrar para a assessoria de Dylan. Da parte dele não houve qualquer constrangimento em achar que eu estava deturpando suas canções ou fazendo caricaturas. Ele autorizou todas sem observações e ainda pediu que mandasse o disco para ele guardar no acervo.

Como foi fazer este projeto?
Estava amadurecendo há muitos anos. É um projeto pessoal, não se trata de homenagem, tributo. Fiz o projeto de forma clara, transparente e sem qualquer vergonha. Nos próximos anos pretendo repetir a dose e lançar Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga e Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro.

Está preocupado com a reação dos fãs de Dylan?
Pode até ser que exista alguma reação dos fãs de Dylan, ou não. Eles podem gostar quando perceberem que o trabalho foi formatado para uma língua tão difícil quanto o português.

Como encara os críticos?
Nunca tive um disco, em toda a carreira, que não fosse em algum momento malhado por algum setor da crítica (no dia da entrevista foi publicada no Rio de Janeiro uma crítica ferrenha ao novo disco de Ramalho). Sabe aquele ditado: “os cães ladram, mas a caravana passa?” Todo ano lanço um disco de carreira e vou passando com minha caravana. A cachorrada sempre late e sei que se jogar algumas migalhas de minha atenção eles vão parar, mas eu não faço isso. Sigo em frente, deixo eles latindo com fome, com raiva. Sempre foi assim e sempre será. Nunca andei de mãos dadas com a crítica, não vou me envolver com isso.

Ficou com receio deste trabalho ficar aquém dos autorais?
A sonoridade que conseguimos com este disco foi espetacular. A pessoa para avaliar um disco como esse tem de conhecer muito dos dois trabalhos e principalmente de música brasileira. É fácil ouvir um trecho de cada música e escrever algo para justificar o seu trabalho. O editor que manda você cobrir música também o manda escrever sobre o lançamento de peças íntimas femininas. Você não escolhe o que quer fazer. Estamos nas mãos de estagiários ou pessoas que estudam um ano e seis meses para aprender apenas o métier. São essas as pessoas que escrevem sobre seu trabalho. Não dá para levar a sério.

Você já disse que fumava maconha para compor. Ainda mantém esse hábito?
Hoje em dia, não mais. Foram coisas superadas. Não que a maconha seja danosa. A maturidade traz isso para você. Todas as experiências que tive com a maconha, cocaína e cogumelo foram coisas do período de garoto. A maconha eu estendi por alguns anos porque abria a cabeça e me dava inspiração. Hoje em dia sou uma pessoa completamente sóbria.

Como você lidou com o tema drogas com seus filhos?
Sempre fui muito discreto com as drogas, nunca fui pego em lugar público. Nunca houve algum flagrante, sempre fiz essas coisas na minha caverna. Depois que eles cresceram conversei com cada um. Minha filha mais nova vai fazer 14 anos. Explico para eles do que se trata e nunca tive embaraços. Tenho seis filhos de idades diferentes. São pessoas que me inspiram e me deram muita força.

Você se acha o seguidor da obra de Raul Seixas?
Tudo o que as pessoas sentem é verdadeiro, eu não posso rejeitar uma atitude e uma avaliação dessas. Eu me deixo levar. Permito e sinto isso. A admiração que eu tenho por Raul é muito grande. O Raul era um gênio, trazia para a sua música filosofia do povão.

É padrinho de um museu de ufologia no Rio Grande do Sul. Como é sua experiência com ETs?
A questão dos discos voadores é longa, mas eu acredito nessas coisas. Não digo que é religião, mas é minha referência da criação do mundo, sobre quem somos e de onde viemos. Não só acredito como tenho certeza. Faço disso, no entanto, uma coisa muito discreta. Quando você conversa sobre disco voadores as pessoas riem de você, chamam de maluco. Ninguém procura um disco voador, simplesmente acontece.

Já teve algum contato desses?
Quando eu estava fazendo a música Avohai eu tive uma aproximação grande do que se pode chamar de contato. Não foi nada de alguma criatura. Eu estava fazendo uma experiência com cogumelos alucinógenos. Quando você está com substância na cabeça, sente e pode ver coisas além. Vi uma nave em cima de mim. Foi durante essa experiência que tive a mensagem da música. Eu a considero a melhor música da minha vida. Ela apareceu desse jeito, de uma forma mediúnica. Acredito que somos uma experiência de civilizações superiores às nossas. Dizem até que a tecnologia das fibras ópticas e do forno de microondas foram passadas pelos alienígenas, nos EUA, no local que eles chamam de Área 51.

Você acredita em Deus?
Deus é um conceito. Raul Seixas já dizia: ‘Deus é aquilo que me falta para compreender o que eu não compreendo’. Aceito que as pessoas tenham isso como algo sério, mas Deus é uma criação do homem, mais do que o homem é criação de Deus.

Hoje é mais difícil trabalhar com música do que há 10 anos?
É mais difícil porque tudo virou uma selvageria. O romantismo foi banido das rádios e estações de TV. Quando um artista está lançando um show toda a mídia vai atrás das celebridades que estão na platéia. O artista lá na frente é só pretexto, não tem mais a mínima importância. Um show de artista hoje só é considerado importante mediante o número de celebridades que consegue ter em sua platéia. Quanto aos críticos de música, não reverencio esses caras. Alguns ficam zangados por eu não falar com eles. Vai chegar o dia em que não vou fazer mais nem isso aqui, o olho no olho. Vou fazer tudo por e-mail. Já deveria ter tomado essa decisão. Depois de muitas entrevistas você começa a atropelar as suas respostas. O e-mail me dá a chance de, solitariamente, responder com calma.

Você se considera um poeta?
Modestamente, sim. Foi o que eu consegui com muito custo.


Fonte: O Diario de Todos os Dias News, dez. de 2008

Presença do cantor Zé Ramalho na Festa Nacional do Milho

Confirmado a presença do cantor Zé Ramalho na Fenamilho 2010. O Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas confirmou a presença do cantor na última sexta-feira, 26 de fevereiro. Ao todo já são 09 shows confirmados pelo presidente do sindicato, Evaristo José Caixeta.

A grade de atrações da maior festa do interior de Minas Gerais – Festa Nacional do Milho – tem agradado as pessoas. Os artistas contratados estão entre os nomes de maior sucesso da atualidade. A Fenamilho 2010 seguirá o mesmo formato da Fenamilho 50 anos, realizando dois grandes shows por noite no Parque de Exposições.

Os shows da 52ª Festa Nacional do Milho já confirmados são: Latino, Luan Santana, Jorge e Mateus, Guilherme e Santiago, Pitty, DeJáVu, Hugo Pena e Gabriel, Barra da Saia, Ivete Sangalo e Zé Ramalho.

A festa começa no dia 21 de Maio e termina no dia 30 de Maio, e promete, mais uma vez, ficar marcada na memória de patenses, paturebas e visitantes. Os shows são realizados em quatro espaços diferenciados: Palco da Arena, Praça Park, Paiolão e Espaço Cultural.

A Fenamilho é uma realização do Sindicato dos Produtores Rurais, com apoio da Prefeitura Municipal e de empresas da cidade e da região-parceiras que dão sustentação a toda programação.

Os passaportes já estão sendo vendidos e a novidade deste ano é a venda do passaporte personalizado. A entrada com este passaporte garante duas entradas por dia, mas o passaporte vale apenas para uma pessoa. O segundo lote está sendo vendido a R$90,00 reais.

Confira as atrações da Fenamilho 2010 e as novidades dos passaportes – clique aqui

Por: Lu Nunes.

Foto: reprodução.

Fonte: Clube Noticias

Zé Ramalho é homenageado no Ano Cultural 2010 da PMJP

A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), lança nesta quinta-feira (25) o Projeto Ano Cultural 2010, que homenageia o cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, artista que com sua música amplia a visibilidade do Estado e rompe as fronteiras regionais. O lançamento será às 15h, no Auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria.

Valorizar e estimular a produção intelectual de todos que fazem a rede municipal de ensino é a principal meta do Projeto Ano Cultural, que este ano tem como foco principal a educação musical, já que a área de atuação do homenageado é a música. O ponto alto da programação será a realização de um festival de música, direcionado aos estudantes do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A obra de Zé Ramalho estará presente no cotidiano das escolas da rede municipal de ensino como subsídio para ações educacionais e culturais a serem desenvolvidas por estudantes de todos os níveis da educação do município.

Premiação - A produção textual continua sendo o objetivo do Prêmio Estudante Destaque, ação que em 2010 premiará três estudantes de cada escola com notebook sendo: um do primeiro segmento de ensino fundamental; um do segundo segmento de ensino fundamental e um da EJA. Este ano os Creis (Centro de Referência da Educação Infantil) também podem concorrer ao Prêmio Projeto Interdisciplinar, promovendo ações educacionais que envolvam todos os segmentos da escola ou Crei.

Ano Cultural - O projeto está sendo desenvolvido desde 2007 e tem como meta homenagear personalidades paraibanas que se destacam no cenário cultural brasileiro. Na sua 1ª edição, o homenageado foi Ariano Suassuna. Em 2008, foi a vez do poeta José Lins do Rego, e em 2009 foi o poeta, professor e jornalista Sérgio de Castro Pinto. As propostas foram bem aceitas e abraçadas pelas escolas da rede municipal de ensino, que geraram ações interdisciplinares focadas na vida e obra desses artistas, resultando em uma significativa construção de conhecimento, através da leitura e produção textual e expressiva.